Todos nós temos fases ruins na vida. Todos enfrentamos dificuldades que parecem intransponíveis. Quando isso acontece, muitas vezes temos vontade de desistir.
Friedrich Nietzsche acreditava que todos os tipos de sofrimento e fracasso deveriam ser bem-vindos no caminho para o sucesso e vistos como desafios a serem superados. Praticamente sozinho entre os filósofos, considerava os infortúnios como algo vantajoso na vida.
Ele escreveu: "A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, doença, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por si, a tortura da falta de autoconfiança e a desgraça dos derrotados".
Em sua visão, para conquistar algo que valha a pena o homem tem de fazer um grande esforço.
Friedrich Nietzsche entendia de esforço, tanto físico quanto mental. Sua vida foi muito difícil. Ele viveu em permanente luta contra doenças: vertigens, dores de cabeça, enjôos, provavelmente em decorrência da sífilis que contraiu jovem, num bordel em Colônia. Era obrigado a estar sempre se mudando, em busca de um local cujo clima não agravasse seu estado.
Seus livros não fizeram sucesso enquanto ele estava vivo. Embora tenha recebido o título de professor universitário aos 24 anos, seu pensamento destoava do de seus colegas. Ele viu-se obrigado a se aposentar aos 35 anos. Pelo resto da vida, viveu com bem pouco dinheiro.
Ele tinha uma rotina definida: acordava às 5 horas da manhã, escrevia até o meio-dia e saía para caminhadas nas montanhas ao redor do lugarejo.
A vida amorosa de Nietzsche foi igualmente desastrosa. Todas as suas tentativas de seduzir mulheres foram em vão. Diversas vezes ele confessou sofrer com a solidão. Escreveu a um amigo casado: "Graças a sua esposa, as coisas são 100 vezes melhores para você do que para mim".
Terminou seus dias na loucura, depois do famoso colapso nervoso.
Foi confinado num sanatório onde, sob os cuidados da irmã e da mãe, permaneceu até sua morte, onze anos mais tarde, aos 56 anos.
Uma lição que a vida difícil ensinou a Nietzsche foi que toda conquista é fruto de luta e esforço constantes, embora imaginemos o sucesso como fácil e natural para algumas pessoas. Na visão de Nietzsche, não existe estrada reta até o topo. "Não falem de dons ou talentos inatos", escreveu. "Podemos listar muitas figuras importantes que não tinham talento, mas conquistaram seu mérito e transformaram-se em gênios, superando as dificuldades."
A essência da filosofia de Nietzsche é uma idéia simples: dificuldades são normais. Não devemos entrar em pânico nem desistir de tudo. Mas Nietzsche achava que não bastava sofrer. O segredo está em saber reagir bem ao sofrimento, ou, quem sabe, usá-lo para criar coisas belas.
Nietzsche dizia que o fracasso é um tabu em nossa cultura, tratado como se fosse uma coisa que só acontecesse a alguns coitados, mas ninguém fala a respeito. E, do outro lado, há o sucesso. Os dois são coisas distintas.
O interessante é a idéia de que na vida de qualquer um, mesmo sendo uma boa vida, sempre haverá um grau de fracasso. Como você pode apreciar o sucesso se não tiver fracassado antes?
Nietzsche dizia que, diante de problemas, devemos nos espelhar nos jardineiros. Os jardineiros deparam-se com plantas que tem raízes feias. Pois eles são capazes de cultivar algo que parece feio a princípio, até extrair a beleza que há nele.
Para Nietzsche, essa é uma metáfora de como devemos agir na vida: pegar situações que nos parecem horríveis e fazer nascer algo belo delas. lsso só depende de nós mesmos.
A inveja, por exemplo, pode gerar só amargura. Mas, se conduzida do jeito certo, pode nos estimular a disputar com um rival e produzir algo maravilhoso.
A ansiedade pode nos deixar em pânico, mas também pode nos levar a uma análise do que está errado, gerando, assim, paz de espírito.
Era por isso que Nietzsche desejava o infortúnio a seus amigos. Por acreditar que as dificuldades eram um mal necessário e que, se cultivadas com a aptidão necessária, podiam levar à criação de coisas belas.
- Você desejaria o fracasso a seus amigos?
- Não. A sensação do fracasso, sim.
- Por quê?
- Porque a sensação de fracassar é terrível, mas a sensação de se reerguer depois contextualiza as duas sensações. O depois fica muito mais saboroso.
Se Nietzsche dedicou-se a pensar nas melhores reações aos problemas, ele também refletiu sobre quais seriam as mais desastrosas. E concluiu que uma das piores era afogar as mágoas. Um dos traços mais marcantes de Nietzsche era seu horror pelo álcool. Era mais que uma questão de gosto pessoal. Ele dizia que qualquer pessoa que quisesse ser feliz não deveria chegar perto de bebidas alcoólicas.
Imaginar que seja bom escapar dos problemas tomando 1 ou 2 drinques de vez em quando é ter uma visão equivocada da análise nietzschiana da relação entre sofrimento e felicidade.
A felicidade não vem da fuga dos problemas, e sim do ato de cultivá-los para extrair algo positivo deles. A última coisa que Nietzsche recomendaria seria afogar as mágoas.
Nossas preocupações são pistas valiosas do que está errado com a nossa vida e podem apontar o caminho para torná-la melhor.
Embora tenha tido uma vida difícil, não devemos achar que Nietzsche viveu se lamentando o tempo todo. Muitas vezes, ele falava de satisfação, sobretudo quando estava nas montanhas. Mas, por satisfação, ele queria dizer algo mais abrangente do que a sensação de bem-estar que talvez possamos imaginar.
Como diz a famosa frase de Nietzsche: "Aquilo que não me mata só me fortalece".
Nem tudo aquilo que nos faz sofrer é necessariamente ruim, assim como nem tudo que nos dá prazer necessariamente nos faz bem. "Considerar o sofrimento como algo mau a ser abolido", Nietzsche escreveu, "é o cúmulo da idiotice".
Friedrich Nietzsche acreditava que todos os tipos de sofrimento e fracasso deveriam ser bem-vindos no caminho para o sucesso e vistos como desafios a serem superados. Praticamente sozinho entre os filósofos, considerava os infortúnios como algo vantajoso na vida.
Ele escreveu: "A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, doença, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por si, a tortura da falta de autoconfiança e a desgraça dos derrotados".
Em sua visão, para conquistar algo que valha a pena o homem tem de fazer um grande esforço.
Friedrich Nietzsche entendia de esforço, tanto físico quanto mental. Sua vida foi muito difícil. Ele viveu em permanente luta contra doenças: vertigens, dores de cabeça, enjôos, provavelmente em decorrência da sífilis que contraiu jovem, num bordel em Colônia. Era obrigado a estar sempre se mudando, em busca de um local cujo clima não agravasse seu estado.
Seus livros não fizeram sucesso enquanto ele estava vivo. Embora tenha recebido o título de professor universitário aos 24 anos, seu pensamento destoava do de seus colegas. Ele viu-se obrigado a se aposentar aos 35 anos. Pelo resto da vida, viveu com bem pouco dinheiro.
Ele tinha uma rotina definida: acordava às 5 horas da manhã, escrevia até o meio-dia e saía para caminhadas nas montanhas ao redor do lugarejo.
A vida amorosa de Nietzsche foi igualmente desastrosa. Todas as suas tentativas de seduzir mulheres foram em vão. Diversas vezes ele confessou sofrer com a solidão. Escreveu a um amigo casado: "Graças a sua esposa, as coisas são 100 vezes melhores para você do que para mim".
Terminou seus dias na loucura, depois do famoso colapso nervoso.
Foi confinado num sanatório onde, sob os cuidados da irmã e da mãe, permaneceu até sua morte, onze anos mais tarde, aos 56 anos.
Uma lição que a vida difícil ensinou a Nietzsche foi que toda conquista é fruto de luta e esforço constantes, embora imaginemos o sucesso como fácil e natural para algumas pessoas. Na visão de Nietzsche, não existe estrada reta até o topo. "Não falem de dons ou talentos inatos", escreveu. "Podemos listar muitas figuras importantes que não tinham talento, mas conquistaram seu mérito e transformaram-se em gênios, superando as dificuldades."
A essência da filosofia de Nietzsche é uma idéia simples: dificuldades são normais. Não devemos entrar em pânico nem desistir de tudo. Mas Nietzsche achava que não bastava sofrer. O segredo está em saber reagir bem ao sofrimento, ou, quem sabe, usá-lo para criar coisas belas.
Nietzsche dizia que o fracasso é um tabu em nossa cultura, tratado como se fosse uma coisa que só acontecesse a alguns coitados, mas ninguém fala a respeito. E, do outro lado, há o sucesso. Os dois são coisas distintas.
O interessante é a idéia de que na vida de qualquer um, mesmo sendo uma boa vida, sempre haverá um grau de fracasso. Como você pode apreciar o sucesso se não tiver fracassado antes?
Nietzsche dizia que, diante de problemas, devemos nos espelhar nos jardineiros. Os jardineiros deparam-se com plantas que tem raízes feias. Pois eles são capazes de cultivar algo que parece feio a princípio, até extrair a beleza que há nele.
Para Nietzsche, essa é uma metáfora de como devemos agir na vida: pegar situações que nos parecem horríveis e fazer nascer algo belo delas. lsso só depende de nós mesmos.
A inveja, por exemplo, pode gerar só amargura. Mas, se conduzida do jeito certo, pode nos estimular a disputar com um rival e produzir algo maravilhoso.
A ansiedade pode nos deixar em pânico, mas também pode nos levar a uma análise do que está errado, gerando, assim, paz de espírito.
Era por isso que Nietzsche desejava o infortúnio a seus amigos. Por acreditar que as dificuldades eram um mal necessário e que, se cultivadas com a aptidão necessária, podiam levar à criação de coisas belas.
- Você desejaria o fracasso a seus amigos?
- Não. A sensação do fracasso, sim.
- Por quê?
- Porque a sensação de fracassar é terrível, mas a sensação de se reerguer depois contextualiza as duas sensações. O depois fica muito mais saboroso.
Se Nietzsche dedicou-se a pensar nas melhores reações aos problemas, ele também refletiu sobre quais seriam as mais desastrosas. E concluiu que uma das piores era afogar as mágoas. Um dos traços mais marcantes de Nietzsche era seu horror pelo álcool. Era mais que uma questão de gosto pessoal. Ele dizia que qualquer pessoa que quisesse ser feliz não deveria chegar perto de bebidas alcoólicas.
Imaginar que seja bom escapar dos problemas tomando 1 ou 2 drinques de vez em quando é ter uma visão equivocada da análise nietzschiana da relação entre sofrimento e felicidade.
A felicidade não vem da fuga dos problemas, e sim do ato de cultivá-los para extrair algo positivo deles. A última coisa que Nietzsche recomendaria seria afogar as mágoas.
Nossas preocupações são pistas valiosas do que está errado com a nossa vida e podem apontar o caminho para torná-la melhor.
Embora tenha tido uma vida difícil, não devemos achar que Nietzsche viveu se lamentando o tempo todo. Muitas vezes, ele falava de satisfação, sobretudo quando estava nas montanhas. Mas, por satisfação, ele queria dizer algo mais abrangente do que a sensação de bem-estar que talvez possamos imaginar.
Como diz a famosa frase de Nietzsche: "Aquilo que não me mata só me fortalece".
Nem tudo aquilo que nos faz sofrer é necessariamente ruim, assim como nem tudo que nos dá prazer necessariamente nos faz bem. "Considerar o sofrimento como algo mau a ser abolido", Nietzsche escreveu, "é o cúmulo da idiotice".
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